Fase nova inicia-se para a Peugeot no Brasil. A partir deste mês, a marca começa a trabalhar com seu primeiro carro de imagem, aquele tipo que serve para mostrar ao mercado do que uma montadora é capaz em termos de estilo, tecnologia e inovação, não importando (tanto) seu volume de vendas. Conseqüentemente, o RCZ trata-se do primeiro exemplar a ultrapassar a barreira dos R$100.000 – mais especificamente R$139.900, já inserida nesse montante a nova alíquota do IPI.
O RCZ foi apresentado no Salão de Frankfurt de 2007, ainda como conceito. O modelo de produção, que agora conhecemos, perde pouco ou quase nada em relação ao protótipo. Por ora, serão 200 unidades importadas da Áustria, que a Peugeot torce para se esgotarem até o final do ano. Em 2012, novo lote de 200 carros. Os executivos da marca garantem que não haverá falta de estoque do RCZ, assim como ocorre com o bem-sucedido 3008, lançado há quase um ano. Ainda de acordo com a empresa, o RCZ estará disponível em suas 165 concessionárias, que devem virar 170 até o final do ano e 190 até o final de 2012. A única versão disponível será a 1.6 THP, de 165 cv e câmbio automático de seis velocidades. Em outros mercados, há também o 1.6 com 200 cv e câmbio manual. Frederico Battaglia, diretor de marketing da Peugeot, acalma os mais ousados avisando que boa parte das unidades vem na côr branca, e uma parcela reduzida é de prêtos e pratas. Haverá também as belíssimas Dolphin Blue e Amber Red.
Mini Coupé ou Audi TT?
Esteticamente, o primeiro concorrente do RCZ que vem à mente é o Audi TT. No entanto, o rival alemão parte R$ 215.600 e traz motor de 200 cv, o que faz dele um concorrente um tanto distante. Melhor colocar na lista de considerações a gama Mini, especialmente a configuração Coupé, que chegou recentemente por R$ 149.950 quando equipado com o mesmo motor 1.6 turbo do RCZ, mas trabalhado para gerar estonteantes 184 cv. E como é o RCZ? Usando como exemplo os citados rivais, o RCZ atrai esteticamente com mais facilidade do que o TT. Seu arco lateral (que em outros mercados é oferecido numa ampla gama de cores) não acaba junto com o carro, como no Audi – após seu término, há propriamente a traseira do carro, que é altamente atraente e bem resolvida. Destaque para o teto abaulado, que traz ainda mais personalidade ao cupê. Em resumo, apesar da frente já sem ares de novidade – embora ainda bela e ousada –, o RCZ tem mais poder de agradar os olhos do que o TT. O mesmo vale para o estiloso Mini Coupé. Dinamicamente, o RCZ também mostra competência. O ótimo torque de 24,5 kgfm do motor turbo está disponível já às 1.400 rpm, a direção é direta e precisa e, como todos os cupês bem construídos, é bom de curva. A única ressalva vai para a atuação do controle de estabilidade, muito intrusivo. Principalmente nas saídas de curva, hora em que o motorista “da pé” para sair com mais velocidade, o dispositivo amansa muito precocemente os ânimos do condutor. Lembrando que testamos o RCZ num autódromo fechado, portanto com espaço de sobra para andar com o controle de estabilidade desligado – operação que não recomendamos num uso habitual. Fora isso, atacar agressivamente as zebras do autódromo foi uma experiência agradável. Internamente, o RCZ surpreende pela abundância de couro, presente evidentemente nos (ótimos) bancos esportivos, mas também no painel. Já o cluster não tem muita novidade: trata-se do painel de instrumentos do 408, mas com grafia diferenciada – e de bom gosto, diga-se. Manopla do câmbio e volante, no entanto, poderiam não ser os mesmos encontrados nos demais carros da marca. A proposta do RCZ pede algo mais exclusivo, e especialmente em relação ao volante, ele poderia ser menor. Se esteticamente o RCZ é superior a Audi TT e Mini Coupé, no quesito diversão ao volante ambos estão à frente do franco-austríaco. Cupê a preço de Hatch Essa é a estratégia de marketing da Peugeot: com um cupê de proposta escancaradamente esportiva, mirar em hatchbaks premium. Aí a briga deixa de ser com o TT e passa a ser com o A3...Melhor para o RCZ.
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